Embora eu saiba que talvez tenha perdido para sempre o homem que amo, preciso de me esforçar por viver todas as graças que Deus me deu hoje. A graça não pode ser economizada. Não existe um banco onde a possa depositar, para a utilizar quando voltar a estar em paz comigo mesma. Se eu não usufruir destas bênçãos, vou perdê-las irremediavelmente.
Deus sabe que somos artistas da vida. Um dia dá-nos um martelo para esculpir, no outro dia pincéis e tinta para pintar um quadro, ou papel e caneta para escrever. Mas nunca conseguirei usar martelos em telas ou pincéis em esculturas. Portanto, mesmo sendo difícil, tenho de aceitar as pequenas bênções de hoje, que me parecem maldições porque estou a sofrer e o dia está lindo, o sol brilha, as crianças cantam na rua. Só assim conseguirei sair da minha dor e reconstruir a minha vida.
E no fim de contas, como diz um sábio persa, o amor é uma doença da qual ninguém se quer livrar. Quem foi atacado por ela não procura restabelecer-se, e quem sofre não deseja ser curado...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ola amiga!!
Sempre fiel aos livros do Paulo coelho :o), bonita passagem do "Zahir".
Ver se combinamos um cafe quando estiver mais liberta faculdade.
Beijinho