Um dia vou deixar de pensar em ti e seguir em frente.
Nem sempre tens tempo para mim, mas sei que posso contar contigo, que, num momento de crise, estarás ao meu lado, que voltarás sempre, porque se a vida é um eterno regresso a casa, a amizade é um amor eterno.

Esta é para ti...

São sempre os mais pequenos pormenores que nos prendem aos homens que amamos.

Quando tu não estás comigo, fico sem voz de comando, ninguém me diz nada porque as pessoas falam mas eu não as oiço, escuto apenas o teu coração a bater junto ao meu, a tua respiração de suspiros, os teus gemidos de arrepio quando te passo as mãos pelos braços e estes se eriçam como pelos de gato; escuto apenas a tua pele cujo cheiro reconheci antes mesmo de lhe tocar, a música dos teus cabelos quando escorrem pelas minhas mãos como água doce e tu sorris como uma miúda e eu tenho vontade de nunca mais te largar. Longe de ti não sei se estou perdido, apenas sei que me sinto só, e só penso em voltar para o teu lado.

Como de ti já não tenho nada, resta-me fechar as portas e desejar que encontres o que queres no caminho que escolheste.

Devia ter ficado quieta mais vezes, devia ter respeitado o teu silêncio e o teu espaço, deixar-te em paz em vez de te pedir o mundo, porque iria sempre amar-te, estivesses ou não ao meu lado, porque fazes parte de mim, mesmo sem saber se és a primeira ou a última peça do meu dominó.

Amava tanto que tinha medo desse amor.

Os nossos corpos encolhidos e as palavras de amor, segredadas ao ouvido, que agradecem e perdoam ao mesmo tempo.

Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será, mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos, ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo, e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes.

Quando o mundo nos abandona, a solidão é tolerável; mas quando nós mesmos nos abandonamos, ela é insuportável.

Quando se ama desesperadamente uma pessoa, nunca se aceita a sua perda. E acabamos por procurar, em outras pessoas bocados daquela, como se fosse possível fazer um puzzle com peças de diferentes jogos.

O amor encerra este paradoxo, este absurdo doentio e insolúvel: podemos querer bem a quem nos quer mal. Ou fazer mal, a quem nos quer bem.

Isto de perder a esperança, dói que se farta.

A vida continua a separar-nos.

Porque é que amar alguém implica esta entrega, e esta dependência e todo o sofrimento que dai pode vir? Porque é que não sabemos amar e deixar voar aqueles que amamos?

Tento esquecer-te. Deixei de falar de ti e de dizer o teu nome, deixei de o desenhar no espelho da casa de banho, quando o vapor inunda todas as superfícies. Em vez disso, tenho o coração embaciado de dúvidas e o olhar desfocado pelo absurdo do teu silêncio continuado, o olhar de quem aprende a adaptar-se a uma luz desconhecida, a uma nova realidade.

Lembro-me de pensar demasiadas vezes, mas talvez não as suficientes, que não te queria sufocar, nunca te quis sufocar.

Saboreava os teus regressos como momentos eternos e irrepetiveis - e percebi que tinha descoberto a essência do amor.
Hoje apetece-me pensar que me enganaste, que nunca me amaste, e que, em vez disso andaste a brincar, ainda que de uma forma séria.
Se calhar sou doida, sofro da mais antiga enfermidade do ser humano e que ainda nenhum cientista se lembrou de diagnosticar, estudar e classificar como uma patologia: não sei viver sem amor.

Tem uma cara perfeita, uma boca desenhada para sorrir devagarinho, com atenção, olhos profundos, perturbadores e misteriosos, um ar vagamente triste e a distância de quem, de tanto se concentrar no essencial, parece um pouco distraída.
O silêncio que se desprende da sua imagem frágil e doce acentua o mistério e a cerimónia com que olhamos para ela.
É ainda mais bonita do que na fotografia da capa do seu livro de bolso, onde parece uma musa, um ser divino e inspirador.
[...]
O ar naturalmente sedutor de quem se perdeu e se encontrou, de quem riu e chorou, de quem sabe, porque sente, que nada na vida acontece por acaso.
[...]
Hipnotizada pelos gestos mas, também pela tranquilidade da sua figura, sento-me de frente para ela. Para aqueles olhos que nos olham de uma maneira diferente e perscrutante. Intrigante também, pois sentimo-nos ao mesmo tempo confortáveis e expostos. Como se pelo olhar nos medisse a alma.
Na realidade é isso que [...] faz, trespassa-nos com aqueles seus olhos que ouvem, e no fim, deixa-nos com a certeza (e o estranho alivio) de que ficou a conhecer-nos melhor por dentro do que por fora.
A sua primeira presença é forte mas não intimidade, [...].
A sua capacidade de acreditar na vida, de sonhar e cumprir todos e cada um dos seus sonhos é notável e deixa-nos com uma profunda sensação de desperdício por todas as horas e minutos que vivemos distraídos.

Ambos sabemos que tens medo de mim e medo de ser feliz. E ambos sabemos que, à tua maneira, me sabes amar, apesar de todas as desculpas inteligentes, de todos os medos, de todas as dúvidas.

Ou me perco aqui ou fujo daqui. Por uns tempos, preciso de recuar, preciso de ir ver outros caminhos. Preciso de um campo aberto para as lágrimas, preciso da distância de um lugar secreto, de uma memória, se calhar da distância de uma oração. Preciso de me ir embora daqui.

O amor dissipa o medo.

Vou esperar do lado de fora da história porque esperar dentro da história é infinitamente mais difícil.

Se um dia destes te apetecer voltar para os meus braços e construir um sonho comigo, podes bater à porta porque estarei por aqui.

Adoraria dizer-te que tudo correrá bem para nós, e prometo fazer tudo o que puder para garantir que assim será, mas se nunca nos voltarmos a encontrar outra vez, e isto for verdadeiramente um adeus, sei que nos veremos, ainda noutra vida. Iremos encontrar-nos de novo,... e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não apenas nos amemos nesse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes.

Tu não complicas, não empreendes, não te assustas, não te baralhas, não te esqueces, e quando te perdes é de propósito. Imagino-te sempre como agora e tenho quase a certeza que nunca envelhecerás, porque guardas o segredo da felicidade, viver um dia atrás do outro, sem pedir mais ao mundo do que paz, alegria e, de preferência um bom champanhe.
Ajudas-me a conjugar o verbo aceitar, ensinas-me a praticar o verbo esperar, e tens sempre paciência para mim. Levas-me a jantar fora quando estou triste e limpas-me as lágrimas quando imagino que o mundo vai acabar só porque não é tudo como quero e quando quero. E obrigas-me a ser feliz com o que tenho, em vez de viver com a cabeça sempre enfiada no futuro. És mais sábio do que eu e sabes muito bem que o futuro só existe na cabeça das pessoas complicadas, que gostam de tornar a própria existência difícil.
Por isso, meu querido irmão emprestado, peço-te que nunca percas essa capacidade de me sacudir e de me fazer rir, de me pôr a dançar e a dizer disparates, de despertar em mim uma miúda que nunca cresceu.
É que eu não tive tanta sorte como tu: obrigaram-me a crescer muito depressa.

Nunca conseguirei aceitar o que não posso entender.
Necessito de alguém que me ame sem condições, um ombro seguro onde possa encostar a minha cabeça louca e perdida, um colo para me sentar a contar os meus sonhos, uma mão que me ampare e cure as feridas.
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa

Ninguém fala porque ninguém quer quebrar o silêncio nem dissolver a perfeição dos minutos que se sucedem. Lentos, leves e irreais.

A perfeição está em tudo o que se ama. A nossa perfeição nunca se vê no nosso espelho; vive nos olhos dos outros e no amor com que nos vêem.